Dependência sem substância: um problema do séc. XXI

A presença de ecrãs na vida de crianças e jovens tem crescido de forma surpreendente, acompanhando a evolução das tecnologias digitais e as oportunidades que as mesmas oferecem nos diferentes domínios da vida quotidiana. Independentemente das potenciais vantagens associadas à omnipresença dos media digitais, a verdade é que os dados relativamente aos tempos de uso constituem, em si mesmo, razão suficiente para que nos interroguemos sobre a relação que as crianças e os jovens estabelecem com os ecrãs e, em particular, com os dispositivos móveis como os smartphones, e sobre o impacto dessa relação no seu desenvolvimento e bem-estar.
Esta situação tem gerado preocupações por parte de pais, educadores, professores, diretores escolares
ou profissionais de saúde, e tem vindo a assumir-se como uma problemática crescente na sociedade
atual. Estas preocupações adquirem especial relevância quando se trata da infância, dada a
especificidade da mesma e a sua importância em termos de desenvolvimento cognitivo,
socioemocional, moral e físico.
Este projeto, que procura responder a este problema social, está direcionado para crianças entre os 6 e
os 14 anos que manifestem sinais de vulnerabilidade perante uma utilização problemática dos meios
digitais. Através de um conjunto articulado de atividades presenciais, este projeto intervém em
domínios como o desenvolvimento do espírito crítico e da criatividade, capacitando as crianças e jovens
para a tomada de decisão consciente e autónoma relativamente à utilização dos meios digitais,
proporcionando assim alternativas igualmente atrativas ao mundo digital, e que permitam às crianças
e jovens ganhar o gosto por outras atividades, valorizando as dimensões pessoais e sociais.